terça-feira, 25 de setembro de 2012

Arrumando as malas - de Lisboa a Pécs

Fila para carimbar passaportes no aeroporto de Lisboa. Eu tinha lido mil histórias de gente que foi para a salinha, gente que foi mandada de volta e que mulheres viajando sozinhas estavam no "grupo de risco". Alguns dias antes eu tinha entrado numa paranoia porque minha carta-convite era emitida pela universidade - ou seja, eu ia fazer um curso; e será que minha viagem poderia ser considerada turismo? Engraçado que essas paranoias só vêm à cabeça faltando pouquíssimo tempo para a viagem.

Cursos, mesmo durando menos de 90 dias, são considerados turismo ou estudos? Na internet eu só conseguia informações contraditórias.

O site da embaixada da Hungria até que informa isso de maneira bem clara:

"Cidadão brasileiro com passaporte válido não precisa de visto para entrar na Hungria se sua estadia não ultrapassa 90 dias, sempre que o motivo da sua viagem não é uma atividade remunerada (trabalho)." [aqui]

E, como alegria de pobre dura pouco:

"Se entrar no território Schengen em outro País Membro (aeroporto de Lisboa, Madrid, Paris, Frankfurt etc.), o passageiro deve informar-se também na representação diplomática ou consular daquele país a respeito dos documentos necessários para entrar."

Só restava esperar que chegasse minha vez. E chegou, em menos de 10 minutos. O funcionário era uma simpatia (ahn? E eu tinha visto tantos relatos de terror na net...) e perguntou se eu também ia cantar no coral.

"Não..."
"Ainda não, né? Por quê?" [querendo me convencer a entrar no coral?! Como assim?]
"Ah, eu canto muito mal"
"Canta muito mal?" [rindo] "A senhora vai ficar em Lisboa ou fazer conexão?"
 "Bem, eu tenho 20 minutos para a conexão. Acho que já perdi."
O homem olha meu cartão de embarque, diz que dá tempo e indica por onde devo ir. Passaporte carimbado, rumo a Budapeste. \o/

Toda a simpatia dos funcionários da TAP e da imigração (e eu tinha lido tantas reclamações web afora) faltou nos funcionários da segurança do aeroporto. Abri a mala para mostrar o notebook, como tinham me mandado fazer no Brasil, e a funcionária faltou jogar a mala na minha cabeça. Segurança em aeroporto é uma coisa complicada: por mais que digam que os procedimentos são padronizados, minha experiência não foi bem assim: em alguns aeroportos o esquema é mais rigoroso que em outros e o resultado é que nem sempre todo mundo sabe o que fazer.

Passada essa etapa fui pegar o avião para Budapeste, que sairia com 40 minutos de atraso. Todos os voos na ida e na volta tiveram algum atraso, em alguns casos devido a excesso de tráfego no aeroporto. Fora isso, tudo nas viagens de avião correu superbem.

Em Budapeste, aeroporto lotado. Pegar bagagens, trocar uma pequena quantidade de dinheiro (a taxa de câmbio do aeroporto não vale a pena) e encontrar parte da minha família húngara. Também encontrei duas colegas da Espanha com quem eu já tinha entrado em contato pelo Facebook. Elas pegaram um táxi até a estação e eu fui de carona com os primos. Minidicionário a postos para um bate-papo no carro e ajuda para comprar o bilhete. 

Vista da estação - Déli Pályaudvar

Aqui mais informações sobre linhas e horários de trens na Hungria. Peguei o Intercity, que o pessoal do curso indicou como sendo mais rápido e confortável.

O trem já estava quase partindo quando chegou uma jovem com malas pesadíssimas falando inglês com um senhor que a tinha ajudado. Quando ela se sentou, perguntei se também ia fazer o curso. Ela fez uma cara de "ahn?!" e nos apresentamos - e descobrimos que já tínhamos conversado pelo grupo do Face. Minha vizinha de assento era alemã e ia cursar intercâmbio numa universidade em Budapeste.

Na estação seguinte, as meninas da Espanha embarcaram. Seguimos viagem por três horas até Pécs. Lá nos dividimos em dois táxis até o dormitório. Falei um pouco sobre ele aqui e vou falar mais no próximo post. Aguardem!

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