sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Fim da moleza no Boszi Koli!

Edit (abril/2014): incluindo link do Youtube. No mesmo canal aparecem outros vídeos que vale a pena conferir.

Uma coisa que acho bonitinha no húngaro são os diminutivos/simplificações. Köszönöm, bocsánat, viszontlátásra, kollégium...? OK, mas que tal dizer köszi, bocsi, viszlát, koli? Não que essas coisas tornem a língua exatamente fácil. Mas confesso que gosto de usar essas formas na esperança de ter um pouco de fôlego ao terminar a frase.

Outro dia vi uma foto no Facebook com o título "Boszi koli". Sim, era o Boszorkány Kollégium de sempre.

Escrevi sobre o alojamento aqui e aqui. Agora (antes tarde do que nunca) é a vez de atualizar as informações para o curso de 2013.

Como escrevi neste post, minha vizinha de quarto acabou se instalando num apartamento. Aliás, este ano parece que mais gente fez essa opção. No caso dela, os principais problemas foram o calor e a falta de boa iluminação noturna.

Eu já tinha comentado sobre a lâmpada fraca. Quanto às janelas... não consegui tirar nenhuma foto que explicasse bem o sistema. Basicamente, são janelas de tombar de eixo inferior, que abrem para dentro e só têm regulagem para uma posição - praticamente fechada. O que algumas pessoas faziam era mantê-las abertas em 90 graus, segurando o vidro com alguma mesa. Como a janela é muito pesada, essa é uma solução improvisadíssima que precisa da ajuda de alguém, pois pode haver acidentes - tanto que é proibido pela direção do alojamento.
Janela na abertura máxima (!) A manivela permite regular as ventanas e ajustar a iluminação


Não sou muito fã de janelas basculantes e afins, a não ser quando não tem jeito - isto é, quando o espaço é muito estreito. Uma janela do tipo corrediça ou guilhotina teria sido talvez uma solução bem mais interessante. Enfim...

A iluminação é ajustada de forma independente, girando-se a manivela.

Parece que a lavanderia estava com novas máquinas de lavar, mas nenhuma secadora. Como lavei roupa no banheiro mesmo, nem sei como estavam as condições por lá.

Usei o sabão da foto abaixo, comprado no Spar (parece que essa é a marca própria deles). Não faz muita espuma, o que não quer dizer que seja menos eficiente. A roupa fica com um cheiro fraquinho, mas bom. O problema é a textura, meio arenosa.

Mas tá. Por que o título do post?

Ano passado a turma da limpeza apareceu nos quartos uma vez a cada 10 dias (ou seja, duas vezes para quem fez o curso de um mês) e deu uma geral nos banheiros, esvaziou as latas de lixo... este ano não tivemos essa mordomia. No final de semana, vi esses kits na recepção e entendi o recado:
Lerê, lerê...

Claro que estou fazendo um draminha. Fiquei apenas duas semanas e sozinha no quarto, então foi fácil manter a limpeza. Usei o kit e senti falta de um rodo e pano de chão, mas o básico foi feito.

O comércio tem uma grande variedade de produtos de limpeza mas, pelo que me disseram, rodo é uma coisa meio difícil de encontrar. Outra coisa: dificilmente você vai encontrar todos os produtos/marcas numa única loja. Às vezes as euroshops (parecem as lojas de 1,99 no Brasil, mas com mais variedade e produtos melhores) e as drogarias (Rossmann, DM) parecem ter opções que nem sempre os supermercados oferecem. Mas o Spar tem bastante coisa também.

Gel para limpeza de banheiro. Usei para o vaso e também para limpar o piso emborrachado da área do chuveiro

Notei uma piora nas condições da cozinha. Avisos impacientes sobre a limpeza, equipamentos (fogão, microondas...) que não funcionavam. Também soube de gente que teve panela roubada de dentro do armário. :-(


Apesar do aviso (ou por causa dele?), não vi insetos circulando na área

Parece que andaram substituindo parte dos tampos de granito

Nos quartos, os avisos de segurança foram atualizados e agora têm versão bilíngue! Ah, e o alarme não disparou nenhuma vez enquanto eu estava lá:

Detalhe da foto anterior


Bem, é isso. O Boszi Koli tem alguns probleminhas, mas no geral achei que valeu a pena ter ficado lá. Tanto que repeti a dose este ano. Para quem fica durante o ano letivo, certamente é mais complicado: bem mais gente (mais barulho, menos privacidade, mais sujeira...), tem o período de inverno também (não sei se o aquecimento é bom), etc. Quem for estudar em Pécs vai ter oportunidade de formar sua própria opinião.

Carro estacionado em frente ao Boszi Koli. Empresa prestadora de serviços de limpeza


Vou ficando por aqui. Viszlát!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

De volta!



 Brasa city e o lago Paranoá

É... o curso terminou (fiquei duas semanas) e, exatamente uma semana depois de voltar para casa, finalmente estou de volta ao blog.

A viagem foi tranquila, apesar de alguns probleminhas.

Ao chegar ao aeroporto de Budapeste para o check in, a funcionária me avisou que não haveria serviço de bordo (não sei o motivo) e me deu um vale no valor de 3.000 Ft para ser usado num restaurante na área de embarque. Nos aeroportos de Lisboa e - principalmente - de Budapeste, a área de embarque é bem mais interessante e fácil de circular do que a área do check in. Então passei logo os controles e fui para lá.

No restaurante, pedi tudo em húngaro (me achando, hahaha!). Mas a moça falou um negócio que demorei a entender e passou para o inglês. Frustração define. Depois fui para uma loja de souvenir e consegui manter uma conversa rápida só em húngaro. Tinha que aproveitar a chance de praticar, pois logo o número de "cobaias"/"vítimas?" iria diminuir!

Assim como o voo Lisboa-Budapeste, o avião do trecho Budapeste-Lisboa também saiu atrasado (cerca de 1h30). A essa altura eu sabia que não encontraria ninguém do administrativo da TAP para ver meu transporte até o hotel, e não queria pernoitar no aeroporto outra vez! [citei aí no link meu desconhecimento sobre o programa da TAP que oferece hotel...]

Cheguei pouco depois da meia-noite e paguei 11 euros de táxi até o Hotel Roma, que tinha sido reservado pela agência de turismo quando comprei a passagem. O hotel também oferece transporte até o aeroporto, que combinei para as 7h. Pouco antes disso, o salão do café da manhã abriu e o funcionário da recepção me indicou que ainda dava tempo de ir lá. O café normalmente é à parte, mas o programa da TAP também cobria.

Pelas poucas horas que passei no hotel, nem posso dizer muita coisa. Mas achei bom, os funcionários atenciosos e fica perto do metrô. O banheiro era recém reformado e tomar um banho quente logo pela manhã me ajudou a acordar para o trecho seguinte.

O voo para Brasília saiu no horário. Eu tinha escolhido local na janela perto da saída de emergência. Foi bom porque tinha espaço para me mexer (nada de olhares furiosos a cada ida ao banheiro), mas ruim porque não tinha entretenimento de bordo. Também não podia ler, porque tinham apagado as luzes da cabine. O MP3 resolveu.

A refeição vegetariana foi uma espécie de cuscuz com aspargos e couve. Estava bom! Tenho a impressão de que as empresas de catering do lado de lá são mais criativas na hora de bolar esses pratos.

Desembarque em Brasília também normal. Sala apertada, fila um pouco lenta, mas nada do outro mundo. Só acho que seria complicado se o aeroporto recebesse vários voos internacionais de uma vez. Outro ponto negativo (e eu já tinha reparado nisso no voo de ida) é o letreiro luminoso do free shop: a luz é muito forte, a ponto de ficar desconfortável. Mas isso acaba sendo um detalhe depois de toda a aventura da viagem. No dia seguinte estava de volta ao batente, e agora finalmente começo a me readaptar ao fuso horário. Com muitas histórias (atrasadas!) para postar aqui.

Viszlát!

Obs: para os nerds e conectados de plantão: o aeroporto de Lisboa oferece wi fi grátis nos primeiros 30 minutos, mediante cadastro. Em Budapeste, a conexão é grátis por tempo indeterminado (aparentemente) e não há necessidade de se cadastrar.


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Encontrando brazucas

Encontrei alguns lusófonos estudantes de medicina na universidade e no alojamento. Não sei se algum está fazendo o curso de húngaro. Este micropost é só para mandar um alô! :-)

Falar português me dá a sensação muito boa de que ainda sou capaz de me comunicar, huahuahua!

Para fechar o post, cito novamente o ótimo Brasileiros na Hungria, com muitas dicas - principalmente para os estudantes, mas também para o pessoal que trabalha ou está pensando em trabalhar aqui.



Mais algumas primeiras impressões

Segunda foi dia da prova de nível. Eu até tinha uma esperançazinha de ser dispensada, já que tinha feito o curso aqui e - teoricamente - continuaria do ponto em que parei. Mas não foi bem assim.

Fiz a prova escrita - questões de múltipla escolha e uma redação - e acho que não foi o fim do mundo (mas não sei quanto tirei, nem quis perguntar, hahaha!). Então foi a vez da prova oral. Um bate-papo rápido com uma das professoras. Caramba, travei! Acho que minha capacidade de conversar em húngaro está regredindo (não que já fosse grande coisa) e tenho cada vez mais dificuldade em montar sentenças completas e corretas. Estou me sentindo uma troglodita no melhor estilo "mim Jane, você Tarzan". O horror, o horror. E não, não estou querendo que joguem confetes em mim.

Entre mortos e feridos, fui cursar o A2 (o que é isso? Veja aqui). Beleza. Meu medo era ter entrado em pânico total e ter que cursar o A1 de novo, hahaha! Certamente isso teria acontecido se eu não tivesse tido minhas aulas online... foi o que me ajudou a segurar a peteca e aprender algumas coisas novas que também foram cobradas no teste.

Acho ótima a proposta do quadro europeu de referência porque ele procura identificar o nível de conhecimento com base nas suas habilidades de comunicação. As classificações criadas pelos próprios cursos são muito subjetivas. O "advanced 1" de uma escola de inglês pode ser equivalente ao "intermediate 2" de outra escola.

Só que, na minha opinião, existem dois probleminhas:

- num curso regular de inglês, francês, alemão... geralmente se levam 2 ou 3 semestres para passar de um nível a outro. Quer dizer, dois alunos que tenham completado o - digamos - A2 vão ter habilidades muito diferentes se um tiver acabado de sair do A1 e outro estiver quase lá no B1. Quando se diz que esses alunos tão diferentes estão no A2, eles são colocados no mesmo "pacote". Para resolver isso, alguns cursos subdividem as turmas em A2.1, A2.2... o Goethe faz isso.

- As habilidades nem sempre se desenvolvem em paralelo. Você pode escrever bem e ser travado para falar. "Ah, mas aí é só nivelar por baixo e considerar a habilidade em que ele é mais fraco". Um caso extremo é o da minha mamis. Ela, que chegou pequena ao Brasil e falava em húngaro com os pais, não teve problemas em conversar com as pessoas nas ruas de Budapeste. Só que a linguagem escrita é uma dificuldade para ela. Entender os porquês da gramática, então... ela usa os sufixos, conjugações verbais, etc. Mas tudo na base da intuição.

Outro caso típico é o das pessoas que ficaram muito tempo sem praticar. Quando voltam, veem que ainda conseguem ler, mas estão travadas para falar, por exemplo.

Talvez nesses casos o melhor fosse pegar umas aulas particulares para fazer um trabalho mais específico.

Bem, tudo isso para dizer que o tal do nivelamento foi meio complicadinho. Nossa turma do A2, por exemplo, começou com 8 pessoas. Só que algumas acharam o ritmo muito lento e pediram para mudar para turmas mais avançadas. Agora somos 5. Em alguns casos, esse "achar o ritmo muito lento" significou algumas situações de stress. Isso já fica para outro post!

Curso - inscrição e alojamento

Desembarquei com alguns participantes e ficamos esperando táxi na estação. Estava havendo um evento de jovens católicos paralelo à JMJ, no Rio, e a estação estava lotada! Talvez por isso os táxis estivessem demorando. Alguns participantes conversavam em duplas ou trios. De modo geral achei a turma mais tímida do que a do ano passado. Eu mesma não estava na vibe caradepauzística de me apresentar a todo mundo (às vezes até faço isso), e como também ninguém estava... enfim, acho que o gelo vai demorar um pouco mais para ser quebrado. 

Outra diferença que notei é a faixa etária do pessoal, agora mais variada. Ano passado fui a "tia" da turma. Este ano tenho colegas da minha idade e também algumas aposentadas. As motivações do pessoal também são mais variadas. Além dos que vão estudar na Hungria, muita gente que estuda simplesmente porque acha bonito o idioma. Eu particularmente gosto de turmas com perfis variados... vamos ver quando o pessoal se entrosar mais (espero!) 

Passei na casa de câmbio para trocar euros por forints e tive uma surpresa na hora da inscrição: os 800 euros que eu tinha trocado (mais alguns forints que eu já tinha) não foram suficientes para pagar o curso que, com os programas extras, ficaria em torno de 710 euros. Tudo bem que a gente perde dinheiro por causa das comissões, diferenças de câmbio e tal, mas que chato! Tive que trocar mais dinheiro no dia seguinte para completar os 232.850 forints que o curso (com hospedagem, almoço e extras) me custou. Acho que deu uns 820 euros.

Outra diferença é que não me cobraram os programas extras individualmente, e sim num pacote de 90 euros (acho que foi isso).

Dessa vez fiquei num quarto do lado ímpar do corredor. O bom é que é nascente. O ruim é que embaixo fica um motor/casa de máquinas/não-sei-o-que-é que faz barulho à noite.

À noite chegou minha vizinha de quarto, uma senhora da Grã-Bretanha. Ela pernoitou duas vezes e, depois de tentar se entender com a janela (que não tem como ficar travada na posição aberta) e com a iluminação fraca, decidiu ir para um apartamento.

A logística do alojamento parece não ter mudado muito. Uma novidade foram os cabides nos armários (e eu tinha trazido!) e parece que a lavanderia está com máquinas novas. Não fui lá. Já que fiquei com o banheiro só para mim, estou lavando as roupas nele.

Sobre o curso mesmo, vou falar em outro post. As coisas ainda estão acontecendo e talvez eu deixe para comentar algumas só depois que voltar. Beleza?

Na Hungria para o curso de 2013 - mais detalhes da chegada

Sziasztok!

É, o curso está corrido e quase não dá tempo de postar. Vou tentar fazer um apanhado da minha viagem até agora. Não gosto de misturar vários assuntos no mesmo post, mas é o jeito!

Viajei de novo pela TAP e foi relativamente tranquilo. A refeição vegetariana foi... hamburger de soja. Só estranhei porque o café da manhã foi igual aos outros - digo, com carne. E dessa vez a fila da imigração estava imensa. Só que eu teria 10 horas para fazer a conexão, de forma que isso não foi um problema.
O que fazer durante esse tempo? Pensei num city tour em Lisboa, ainda mais porque tem metrô colado ao aeroporto. Só que, traumatizada com o atraso do voo e a correria do ano passado, acabei não pesquisando nada sobre passeios pela cidade. Dei uma volta a pé perto do aeroporto, numa via expressa sem muito para ver. E também, trêbada de sono, não poderia mesmo aproveitar nada. :-(

Resultado: fiquei andando pelo aeroporto mesmo. O voo saiu com duas horas de atraso e pensei no pessoal da família que ia me buscar. Putz!

Mais três horas até Budapeste. Ao contrário do voo do ano passado, em que a maioria dos passageiros eram portugueses, dessa vez predominavam os húngaros. No portão de embarque, volta e meia o pessoal da TAP pedia para algum deles traduzir os avisos. A comida vegetariana estava bem criativa: uma base de cogumelo (lembrando shitake, só que maior) e, por cima, uma camada verde não identificada (acho que eram vegetais processados e drenados, formando uma espécie de massa meio sequinha) mais uma camada alaranjada/avermelhada (acho que era abóbora com um pouco de tomate). Enfim, só sei que era vegetariano e estava bom.

No carro até a casa do primo, o rádio estava justamente tocando músicas de uma banda que já citei aqui

No dia seguinte (domingo), fomos à estação Keleti (ano passado foi na estação Déli... não tenho certeza do motivo da mudança, parece que estão em reforma) e peguei o trem. Uma das professoras estava lá com a lista do pessoal que tinha dito que viajaria naquele horário. 

Quando vi a torre de TV lá no alto das colinas Mecsek, tive uma sensação tão boa! É engraçado que de certa forma sinto um vínculo com a cidade; mas isso já rende um outro post daqueles que estão na lista de espera.

Então, para fechar o post, mais algumas fotos de Pécs:

 Grade coberta com os "cadeados do amor", tradição em vários países europeus


Praça Szechényi, ponto de partida para o city tour

 Sério que Pécs tem restaurante vegetariano e eu ainda não tinha descoberto??! Pre-ci-so passar lá! Pena que - pelo que mostra o menu - parece que só abre em dias de semana

Eu estava passando pelo local quando vi uma mulher com celular tirando foto desse termômetro. É algo que já tentei no ano passado, mas os números nunca ficaram muito legíveis. Pois acreditem, estava marcando 43 graus. E, pelo que disse uma das professoras, chegou a 45.

Edit (04/08/2013): Já que escrevi um pouco sobre a viagem pela TAP, segue o vídeo de segurança. Não costumo prestar atenção, já que todos dizem as mesmas coisas. Mas achei tão bonitinho!



O do ano passado foi este: