domingo, 29 de maio de 2016

Viagem a Medellín - comprando a passagem

Inicialmente eu tinha me programado para fazer o curso em setembro do ano passado. Porém algumas coisas no trabalho estavam complicadas e tive que me reprogramar. Decidi fazer o curso em abril deste ano e, bem, já estava acompanhando preços de passagens aéreas muito antes disso.

Em janeiro notei que algumas tarifas estavam se esgotando. Como eu já tinha certeza das datas, decidi comprar logo a passagem.

O problema é que, apesar de abril ser baixa temporada, janeiro não é - e assim as empresas não costumam anunciar promoções nessa época. Inicialmente elas jogam o preço de alta para o ano todo e depois vão baixando.

Resultado: gastei uma grana meio puxada na passagem da Copa Airlines (Brasília - Cidade do Panamá - Medellín) e, na semana seguinte, o site Melhores Destinos anunciou excelentes promoções partindo de Sampa. :-/   

Normalmente eu até evito olhar preços depois de ter comprado passagens - justamente para não passar raiva -, mas os amigos que sabiam do meu plano comentaram comigo. Bem, é a vida! E aí tem outra coisa também: é praticamente impossível ter promoção nesses voos internacionais que saem direto de Brasília, justamente porque são poucos. É pagar o que cobram ou enfrentar conexão em Guarulhos. No caso de voos para a Colômbia, isso aumenta bastante a duração do percurso e só compensa se a diferença de preço for grande. Quem leu meus outros posts sobre viagens deve ter percebido que valorizo bastante os voos que saem direto de Brasa city. Até porque muitas vezes o tempo disponível para chegar à cidade do curso é bem estourado.

Uma coisa que não comentei aqui é que a maioria das minhas passagens internacionais foi comprada em agência - muitas vezes pela possibilidade de pagar com cheque ou cartão de débito. Sem falar que a antiga funcionária da agência onde eu comprava (comprava) passagens costumava me dar dicas ótimas e ajudava quando aparecia algum problema (mudança de horário ou algo assim). E eu também aproveitava para fazer o seguro com eles.

Algumas coisas aconteceram: essa funcionária fera saiu e a empresa deixou de aceitar cheque/cartão de débito. O funcionário que me vendeu o bilhete para Medellín não estava no melhor da boa vontade e me passou dados incompletos para transferência bancária. Acabei tendo que sacar uma grana em pleno Setor Comercial Sul - e quem mora em Brasília sabe que nesse local a sensação de segurança não é das melhores. 

O seguro eu fiz pela Coris e saiu mais de R$800 para 38 dias de viagem. Para as viagens à Hungria, nunca tinha gasto mais de R$400. Se bem que o dólar subiu desde então (estava em torno de R$4 ou mais), sem falar que o fator risco para a Europa deve ser mais baixo. Na verdade, achei estranho que na apólice saiu "América Central". [WTF?]

Passagem e seguro comprados, refeição vegetariana reservada, só restava esperar ansiosamente pelo dia da viagem.


 

domingo, 22 de maio de 2016

Agências de intercâmbio: é necessário fazer com elas?

Antes de continuar a sequência dos posts atrasados (aiai...), rápidos comentários sobre um assunto com o qual não tenho nenhuma experiência. É que alguns amigos já me perguntaram sobre agências de intercâmbio pedindo dicas e recomendações. E... não recorri a esse tipo de serviço para nenhum dos cursos de idiomas que já fiz.

Isso não quer dizer que eu ache as agências desnecessárias. O papel delas - prestar assessoria - é muito importante. Imagine a responsabilidade de enviar jovens, muitas vezes menores de idade, para um país de cultura e idioma diferente; essa criatura, se fizer um curso mais longo, deve ficar hospedada numa casa de família - e é preciso fazer uma triagem rigorosa dos donos da casa, ver quem deve combinar com quem e tal. Como a maior parte dos intercambistas quer aprender inglês, tem toda a burocracia dos vistos para EUA, Canadá, Austrália... mesmo para cursos de curta duração; e de qualquer forma, o normal é que permanecer mais de 90 dias em outro país tenha exigências burocráticas mais duras, mesmo quando não exigem visto em viagens mais curtas. 

Imagine um garoto que vai fazer ensino médio em outro país, chega aqui de volta e não consegue aproveitar os estudos. É preciso fazer um trabalho de análise de documentação das escolas, currículo, enfim... não é algo simples. 

Sem falar que volta e meia aparecem rolos por aí. Não faz muito tempo a imprensa divulgou notícias sobre escolas irlandesas que foram fechadas e instituições que foram impedidas de emitir vistos. Como a Irlanda tem o atrativo de permitir trabalho em tempo parcial para quem é estudante, muita gente se matricula "para irlandês ver" e o resultado é uma indústria de cursinhos picaretas.

A ideia não é desencorajar ninguém, mas mostrar o quanto é importante fazer as coisas com um mínimo de segurança; e uma das formas de se conseguir isso é por meio de uma agência séria - porque tem agência picareta também.

Porém... dependendo do tipo e destinação do seu intercâmbio, você simplesmente não vai encontrar uma agência que o ofereça. Elas geralmente trabalham com destinos mais badalados. E aí não tem jeito: você terá que entrar em contato com a escola. Em tempos de internet isso é bastante fácil. 

Só que essa facilidade pode esconder uma armadilha: imagine uma escolinha fraca que contrata um webdesigner fera e cria uma excelente página para inflar a imagem da escola?! Pois é, pode acontecer. Em alguns casos, o marketing é tão agressivo que você só encontra depoimentos no próprio site do curso.

Como não é muito fácil encontrar depoimentos espontâneos na internet (muita gente posta seus comentários em perfis pessoais ou compartilha com os amigos no Whatsapp e só), uma forma que encontrei para buscar um pouco de segurança é dar preferência a cursos oferecidos como programas de extensão universitária - já que, por mais que seja um programa de extensão (e não um programa regular), a universidade tem seu nome envolvido na história. Outra possibilidade é fazer cursos em instituições consagradas, como a Aliança Francesa e o Instituto Goethe. O preço é mais alto, porém o risco é menor.

Se houver uma política oficial - como os antigos cursos do Erasmus na União Europeia, ou o programa do governo colombiano para incentivar o estudo do espanhol lá - é mais fácil: o interessado encontra todas as informações em sites de instituições oficiais, o que dá uma tranquilidade maior.

Se não quiser se arriscar muito você pode também - mas nem sempre - acertar uma carga horária mais baixa e, caso o curso seja do seu agrado, estender a permanência na escola.

Uma dica é o blog Partiu Intercâmbio: eles dão ótimas informações sobre como enfrentar os principais problemas, conseguir bolsa de estudos, etc... e isso não só para os destinos mais badalados.

Outra dica é ver com a AIESEC. Eles não são uma agência de intercâmbio propriamente dita, e sim uma organização que busca formar lideranças; uma das maneiras para isso é promovendo intercâmbios de universitários/recém formados. Existem vários blogs com depoimentos de participantes do programa.

PS: Uma coisa que considero importante, mesmo quando não é exigida formalmente: seguro de viagem. Qualquer pessoa está sujeita a passar por apertos como extravio de bagagem, emergências médicas, etc. Nessa viagem a Medellín passei sufoco com um dente quebrado e não consegui contato telefônico com a assistência. Já fiquei com pé atrás... mas bem, isso é um tema para outro post.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Curso de espanhol na UPB - observações gerais

Local
A secretaria do Centro de Lenguas fica no bloco 9, segundo andar. Lá você se apresenta e faz o teste de nível. Talvez seja só um bate-papo e uma redação simples, principalmente se você já tiver trocado e-mails em espanhol com o coordenador.
O local das aulas varia. Cada dia tínhamos aula numa sala diferente, na maioria das vezes no bloco 9.

Horários e calendário
A página do curso informa que as aulas ocorrem no esquema 8-10h, 10-12h, etc. Isso quer dizer que todos os grupos têm aula em qualquer desses horários? Não. No meu caso, por exemplo, que estava matriculada em dois grupos (20h/semana), tinha aulas no intermediário-avançado das 10 às 12h e no avançado das 14 às 16h. Eram os horários disponíveis para as aulas em grupo nesses níveis. 

O calendário da UPB é diferente do que estamos acostumados a ver em outras universidades: o primeiro semestre termina no final de maio e o segundo começa no início de julho. Confira o calendário de 2016 para ter uma ideia.

Perfil dos alunos
No momento em que você está lendo este post, cerca de 30 a 60 alunos devem estar participando do programa de espanhol para estrangeiros da UPB. A maioria é de americanos ou europeus. Vi gente dos Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Turquia, Rússia, China... e não encontrei outros alunos brasileiros enquanto estive lá. Mas os professores têm experiência com brazucas, sim. O mais famoso foi o Wagner Moura. Leia aqui outra entrevista, já depois de toda a polêmica pela questão do sotaque. 
Justiça seja feita: o homem começou praticamente do zero (parece que ele tinha feito umas aulas no Brasil com uma professora argentina) e no final estava encarando o desafio de ser entrevistado em espanhol. O que posso falar sobre o sotaque e a entonação dos brasileiros é que nossa forma de falar deixa as pessoas muito curiosas. Pretendo escrever um pouco mais sobre isso em outro post.

Alguns alunos fazem intercâmbio acadêmico na própria UPB, além das aulas de idiomas. Outros são mochileiros que passam um tempo na cidade e às vezes fazem trabalho voluntário em comunidades. Tem ainda os que moram lá - estrangeiros que ganham em dólar/euro e são atraídos pelo custo de vida mais baixo que em seus países -, em alguns casos, se matriculam no curso porque precisam do visto de estudante. Enfim, são pessoas com as mais diversas motivações. Uns aparecem todo dia; outros são aqueles alunos "turistas".

Detalhe curioso: eu era a única mulher na turma de nível intermediário-avançado. Acredito que, no geral, uns 60% dos alunos (ou mais) eram homens. Já nos cursos de húngaro de Pécs e Szeged, a maioria era mulher. No curso de alemão era meio a meio. Talvez a maioria masculina no curso de espanhol fosse porque vários alunos tinham um perfil empresarial ou mochileiro - e é mais comum vermos meninos entre os viajantes independentes. Já no curso de húngaro havia mais gente da área de letras, que costuma ter maioria feminina

Ainda sobre a UPB
A UPB tem dois campi em Medellín: Laureles (onde fica o Centro de Lenguas) e Poblado; isso sem contar os campi em outras cidades. Existem três portarias de acesso de pedestres ao campus Laureles. Para entrar você precisa apresentar um documento ao funcionário da guarita, que fará um cadastro e liberará a catraca. Se você vai fazer um curso, converse com a coordenação, vá ao bloco 3 - se não me falha a memória - e peça para eles providenciarem um cartão de acesso (que eles chamam carné) e será sua carteirinha de estudante. Usei junto com o passaporte para conseguir desconto no Museu de Antioquia.

Os alunos do programa ESPEX (Español para Extranjeros) também têm a possibilidade de cursar disciplinas em cursos regulares da UPB. Pelo tempo que eu ia ficar lá, e pelos meus horários, não corri atrás. Mas é possível fazer isso, sim.

A estrutura física é bastante boa: salas confortáveis com tomadas, TV, ar condicionado silencioso e wifi com sinal excelente em todo o campus. O bairro é ótimo e bem servido de ônibus.

Clubes de conversação
O Centro de Lenguas da UPB oferece ainda um programa gratuito e aberto à comunidade: os clubes de conversação em vários idiomas. Atenção! A informação sobre locais, nesta página, está desatualizada. O de espanhol funciona no bloco 9, sala 418, das 12:00 às 13:30 [Informação válida em abril/maio de 2016, OK?!]. As atividades têm monitoria de estudantes de licenciatura. Cada dia tem um tema e um grupo de monitores diferente. Vale a pena conhecer, mesmo que você não vá fazer o curso.
[Edit: sobre os clubes de conversação, saiu esta página no segundo semestre/2016. Tem um e-mail de contato]

Esquema do curso
O programa ESPEX da UPB tem o curso mais flexível dos que já fiz até hoje: o aluno se apresenta em qualquer segunda-feira e se junta ao grupo que corresponde ao seu nível. Existe um conjunto de temas gramaticais que se repetem num ciclo. 

No grupo intermediário-avançado vimos subjuntivo (uma dificuldade para quem não é nativo de línguas neolatinas), conectores lógicos (conjunções e preposições) e outros. Além das explicações gramaticais tivemos exercícios de leitura, escrita, conversação e a parte auditiva. Éramos quatro a oito alunos nesse grupo - normalmente só os quatro assíduos mesmo.

No grupo avançado éramos três, às vezes só dois alunos - isso quando eu não era a única que comparecia. Algumas vezes o professor trazia temas que ele mesmo propunha, mas também podíamos propor temas - geralmente de gramática ou vocabulário - em que sentíamos mais dificuldade. Achei o esquema do avançado mais flexível - é um estágio em que já não existe tanta novidade gramatical; sem falar que a quantidade de alunos também ajuda.

A passagem de um nível para o outro não era feita por provas, e sim pela observação dos professores e as ideias que eles trocavam nas reuniões.

O material era fornecido pelos professores para cada aula: resumos de gramática, textos de apoio, listas de exercícios... 

Atenção! Pode ser que esse item ("esquema do curso") mude nos próximos meses/anos. Parece que os professores e a coordenação estavam discutindo uma reformatação do programa. Se você chegou aqui pelo Google, não deixe de entrar em contato com a coordenação! É com eles que você consegue a informação mais atualizada. E não se esqueça de comentar aqui depois. :-)

Edit (julho/2016): aqui está um relato (em inglês) de um viajante que fez o curso na UPB, clube de conversação e um passeio a Guatapé.

Depois de tudo...
Se eu faria de novo o curso na UPB de Medellín? Com certeza! Já estou com essa ideia na cabeça. Professores preparados e que gostam do que fazem, boa estrutura, a cidade e a localização do campus são incríveis. Gostei muito da receptividade do pessoal de lá: além da questão do aprendizado, eles se mostram interessados na adaptação dos alunos à vida na cidade. Também gosto quando existe uma troca - alunos que procuram aprender com os professores e vice-versa -, e notei isso lá. 
 
Alguns comentários sobre/para brasileiros - quando é melhor fazer um curso de imersão?
Comentei no início do post que não encontrei conterrâneos durante minhas semanas na UPB; meu tempo lá simplesmente não coincidiu, por exemplo, com o curso feito por um grupo de guias de turismo.

Com certeza muitos brasileiros começam do zero, seja na UPB ou em outras escolas no exterior. Muitos certamente têm um excelente progresso e saem do intercâmbio comunicando-se no novo idioma que aprenderam. Eu mesma fiz o curso de húngaro em Pécs/2012 começando do zero e, após quatro semanas, conseguia me comunicar num nível muito básico - mas conseguia. É uma sensação incrível.

Porém... minha impressão, OK?: No caso dos brasileiros, começar do zero (e, se você lê e entende algo de espanhol, o "zero" não é bem um zero) pode não ser sempre a melhor ideia. Coisas como a diferença entre pretéritos (ex, em português: "falava" e "falei"), diferenças entre "ser" e "estar"... tudo isso, que tanto complica a cabeça dos anglo-saxônicos, para nós não é nada tão desconhecido assim. Sem falar nas semelhanças de vocabulário (e nos "falsos amigos" também, hehehe). Não é que aprender espanhol seja muito mais fácil para nós, mas o tipo de dificuldade que temos é diferente do tipo de dificuldade que aparece para os falantes de outros idiomas. E, quanto mais básico o nível, mais essa diferença vai pesar.

Minha sugestão: tente cursar nem que seja um ou dois módulos de espanhol no Brasil antes de viajar. O ganho que se tem com isso durante a imersão é enorme comparado ao esforço de se fazer essa pequena preparação: turmas menores, professores falando em espanhol o tempo todo, sem necessidade de explicações intermediárias em inglês; você vai ter dúvidas mais específicas e poderá ajudar melhor o professor a entender como o espanhol está sendo processado na sua cabeça. 

Agora... se você quer viajar para começar um curso de espanhol do zero: claro que nem sempre a vida espera: pode ser uma bolsa de estudos, o fim do prazo para tirar capacitação, uma oportunidade de emprego, alguém que você conheceu [musiquinha romântica]... nesse caso, como diz o divo Naldo: se joga!

Edit (julho/2016): Depois da viagem, fiz um balanço do aprendizado. Dê uma olhada aqui.









domingo, 15 de maio de 2016

Inscrição no curso de espanhol da UPB

[Continuando daqui]

Se você tem interesse em saber mais sobre o curso de espanhol na UPB, é só entrar em contato com a coordenação. Talvez em algumas páginas web você ainda encontre o nome do prof. Gustavo Jaramillo como coordenador - nos meus contatos iniciais ainda era ele -, mas depois a coordenação passou para o prof. Jorge Estupiñán. [Obs: não consegui contactá-los por Skype; por e-mail é tranquilo]. E fique de olho no calendário. Como escrevi neste post, as férias de meio de ano começam e terminam mais cedo na UPB (as outras universidades têm um calendário mais parecido com o nosso).

Aqui diz que para fazer cursos com menos de 6 meses de duração é necessário um permiso do tipo PIP-2; e para consegui-lo é necessário uma carta-convite da instituição. Para consegui-la com a coordenação, envie um scan da página de identificação do seu passaporte.

Tem gente que chega à imigração do aeroporto e diz que vai fazer turismo. Preferi não arriscar: e se o funcionário quisesse saber por que eu ficaria um mês na mesma cidade? Minhas duas experiências com a migração de lá foram tranquilas, mas não se iluda: eles perguntam. São simpáticos e educados, não gritam, não repetem mil vezes as mesmas perguntas... mas não tem essa de carimbar o passaporte sem olhar na cara e tchau. A você, leitor interessado em fazer o curso, recomendo que peça a carta-convite só para garantir.

Logo que consegui a liberação do trabalho, pedi a carta-convite e as informações de conta bancária para pagamento. Fiz uma transferência pelo Banco do Brasil para a conta deles (aquela transferência internacional entre bancos diferentes, cuja taxa é de... US$100). Preferi assim para garantir um desconto pela antecedência e também porque o dólar estava subindo. Mas que essas 100 doletas doem no bolso e no coração, ah isso dói... se não quiser passar por isso, você pode pagar na chegada ou usar cartão de crédito.

No próximo post vou dar algumas dicas gerais sobre o programa. Normalmente eu daria essas dicas quando fosse escrever sobre o primeiro dia de aula, mas a ordem lógica nem sempre coincide com a cronológica. Então vamos lá!

Estudando espanhol em Medellín - o começo de tudo

Minha história com o espanhol é recente. Comecei a estudar o idioma em janeiro de 2014, num curso semi-intensivo. Emendei semi-intensivo, intensivo, regular... até que no final de 2015 estava prestes a iniciar o "avançado" no curso aqui em Brasília.

Por que decidi estudar espanhol? Bem, na minha época de adolescente e depois na universidade cheguei a estudar por alguns livros nessa língua (o livro de Cálculo do Piskunov, por exemplo - ops, confissão de idade!). Para mim já era suficiente. Viajar ao exterior era só para quem tivesse grana sobrando ou bons contatos na vida acadêmica. Mesmo viajar no Brasil era bastante caro. Sem perspectivas de viajar e conseguindo ler, não tinha grandes motivações para estudar a língua de Cervantes.

Então as coisas foram mudando. Em 2009 a Alitalia lançou uma promoção para a Hungria e fizemos uma pequena excursão familiar. A partir daí decidi estudar húngaro e fiz o curso em Pécs/2012 (e depois os outros, fora as aulas pelo Skype). Também voltei a estudar alemão e fiz o curso em Göttingen

Nesses cursos conheci alguns hispanofalantes nativos, principalmente da própria Espanha. Uma vez eu estava na casa de hóspedes do Goethe e uma menina disse "hola" a outra colega espanhola. Achei que fosse comigo e respondi: "hola". Aí ela perguntou se eu falava espanhol e dei aquela resposta envergonhada: "hablo portuñol...". 

Por algum motivo nunca me senti confortável falando em inglês ou alemão com esse pessoal e já tinha comentado isso aqui. É a língua de quase todos os países vizinhos, já fui a países tão mais distantes estudar idiomas também tão mais distantes... sei lá, parecia que estava faltando algo. E então resolvi estudar espanhol. Por mim já teria começado também russo, romeno e talvez outras; mas o tico e o teco resolveram se revoltar e, enquanto eu estiver apanhando tanto do húngaro, acho que vou me manter nas que já comecei mesmo.

Depois de um tempo estudando, resolvi que era o momento de fazer uma imersão; e a Colômbia sempre me intrigou. Embora o país tenha uma política de se promover como destino turístico, parece que a propaganda boca-a-boca é o que mais tem funcionado. Alguns amigos e colegas já tinham estado lá e falado bem. Fui a Cartagena e gostei. Ficou aquela vontade de voltar a terras colombianas para conhecer um pouco mais. E a decisão de que meu curso de espanhol seria na Colômbia foi para mim a coisa mais natural do mundo, sem dilemas nem dúvidas. Não sei quando apareceu essa ideia, apenas deixei que crescesse. Na verdade até achava estranho quando lá me perguntavam: "por que espanhol?"; "por que aqui?". Pensava: "por que não?" Parecia uma escolha tão óbvia que eu nem me questionava sobre isso.

Escolhendo a cidade
O governo de lá tem uma política oficial de promover o país como destino para estudantes de espanhol. Como parte dessa política, eles deixam a informação bem organizadinha para os interessados: aqui uma página com informações gerais e aqui uma  lista de cursos

Lista de cursos baixada do site da Cancelaria - clique para ampliar

Decidi pesquisar as opções a partir daí. Como eu já tinha visitado Cartagena, priorizei cidades serranas. Olhava as instituições, o Google Maps e ia montando a lista de prioridades. Vi que em Bogotá existe uma certa concentração de escolas na parte comercial/histórica - ou seja, eu teria que me deslocar de algum bairro residencial mais próximo e dependeria de transporte público. Para quem gosta de se hospedar perto e ir caminhando até a escola, já não seria a melhor opção. Manizales e Bucaramanga teriam também a questão da distância entre o campus e o centro, além de uma topografia não muito convidativa a caminhadas. Então vi que o campus Laureles, da Universidad Pontificia Bolivariana (UPB) é cercado por bairros residenciais com opções de hospedagem. E que eles oferecem cursos em todos os níveis durante praticamente o ano todo (eu iria num meio de semestre, então não pesquisei o calendário de férias). É chegar numa segunda-feira, fazer o teste de nível e começar. Parecia tudo muito fácil. Entrei em contato com o coordenador do curso e tive uma resposta rápida para as dúvidas iniciais.

Em alguns blogs e sites sobre viagens à Colômbia se faz essa discussão sobre onde estudar. Medellín não é um destino turístico muito promovido por aqui, mas é bastante visitada por mochileiros americanos e europeus. Vou escrever um pouco mais sobre isso num post futuro, específico sobre a cidade.
 

Volta (bagunçada) ao blog

Olá, leitores valentes (ou que tenham caído aqui pelo Google)!

Novidades não tão novas:
- fiz o curso de húngaro em Szeged há um tempinho (3 semanas em julho-agosto/2015... o tempo passa ráááápido!) e ainda não escrevi sobre minha temporada lá. É algo que quero e pretendo fazer. Sei o quanto é difícil encontrar relatos sobre esses cursos. Na verdade, não encontrei nenhum quando decidi fazê-los. E agora tenho Pécs como base de comparação. 
Sem falar que Szeged é uma cidade fantástica e a experiência do curso foi incrível! Tudo isso merece ser contado e vai ser.

-  Já deu tempo de fazer outra imersão em idiomas: espanhol em Medellín, Colômbia! Voltei há poucos dias. Fiquei 5 semanas em abril/2016, pegando ainda a primeira semana de maio.

Está tudo anotadinho no meu diário de viagem, tenho fotos e aquela tranqueirada de folhetos que sempre acabo trazendo.

No meio de tantas emoções e pouca blogagem, decidi fazer o seguinte: vou inverter a ordem cronológica e postar primeiro sobre o curso de espanhol; e em seguida posto sobre o curso de húngaro. Quero aproveitar enquanto pelo menos as memórias de Medellín ainda estão mais frescas.

Um dos motivos para eu não ter escrito ainda sobre o curso de Szeged - fora a correria do trabalho, trânsito, etc - foi que o processo para conseguir um tempo livre para fazer o curso na Colômbia foi meio sofrido. No fim deu tudo certo, os dois cursos foram fantásticos e espero ter mais tempo de escrever sobre eles.

Então apertem os cintos e vamos lá!