domingo, 22 de maio de 2016

Agências de intercâmbio: é necessário fazer com elas?

Antes de continuar a sequência dos posts atrasados (aiai...), rápidos comentários sobre um assunto com o qual não tenho nenhuma experiência. É que alguns amigos já me perguntaram sobre agências de intercâmbio pedindo dicas e recomendações. E... não recorri a esse tipo de serviço para nenhum dos cursos de idiomas que já fiz.

Isso não quer dizer que eu ache as agências desnecessárias. O papel delas - prestar assessoria - é muito importante. Imagine a responsabilidade de enviar jovens, muitas vezes menores de idade, para um país de cultura e idioma diferente; essa criatura, se fizer um curso mais longo, deve ficar hospedada numa casa de família - e é preciso fazer uma triagem rigorosa dos donos da casa, ver quem deve combinar com quem e tal. Como a maior parte dos intercambistas quer aprender inglês, tem toda a burocracia dos vistos para EUA, Canadá, Austrália... mesmo para cursos de curta duração; e de qualquer forma, o normal é que permanecer mais de 90 dias em outro país tenha exigências burocráticas mais duras, mesmo quando não exigem visto em viagens mais curtas. 

Imagine um garoto que vai fazer ensino médio em outro país, chega aqui de volta e não consegue aproveitar os estudos. É preciso fazer um trabalho de análise de documentação das escolas, currículo, enfim... não é algo simples. 

Sem falar que volta e meia aparecem rolos por aí. Não faz muito tempo a imprensa divulgou notícias sobre escolas irlandesas que foram fechadas e instituições que foram impedidas de emitir vistos. Como a Irlanda tem o atrativo de permitir trabalho em tempo parcial para quem é estudante, muita gente se matricula "para irlandês ver" e o resultado é uma indústria de cursinhos picaretas.

A ideia não é desencorajar ninguém, mas mostrar o quanto é importante fazer as coisas com um mínimo de segurança; e uma das formas de se conseguir isso é por meio de uma agência séria - porque tem agência picareta também.

Porém... dependendo do tipo e destinação do seu intercâmbio, você simplesmente não vai encontrar uma agência que o ofereça. Elas geralmente trabalham com destinos mais badalados. E aí não tem jeito: você terá que entrar em contato com a escola. Em tempos de internet isso é bastante fácil. 

Só que essa facilidade pode esconder uma armadilha: imagine uma escolinha fraca que contrata um webdesigner fera e cria uma excelente página para inflar a imagem da escola?! Pois é, pode acontecer. Em alguns casos, o marketing é tão agressivo que você só encontra depoimentos no próprio site do curso.

Como não é muito fácil encontrar depoimentos espontâneos na internet (muita gente posta seus comentários em perfis pessoais ou compartilha com os amigos no Whatsapp e só), uma forma que encontrei para buscar um pouco de segurança é dar preferência a cursos oferecidos como programas de extensão universitária - já que, por mais que seja um programa de extensão (e não um programa regular), a universidade tem seu nome envolvido na história. Outra possibilidade é fazer cursos em instituições consagradas, como a Aliança Francesa e o Instituto Goethe. O preço é mais alto, porém o risco é menor.

Se houver uma política oficial - como os antigos cursos do Erasmus na União Europeia, ou o programa do governo colombiano para incentivar o estudo do espanhol lá - é mais fácil: o interessado encontra todas as informações em sites de instituições oficiais, o que dá uma tranquilidade maior.

Se não quiser se arriscar muito você pode também - mas nem sempre - acertar uma carga horária mais baixa e, caso o curso seja do seu agrado, estender a permanência na escola.

Uma dica é o blog Partiu Intercâmbio: eles dão ótimas informações sobre como enfrentar os principais problemas, conseguir bolsa de estudos, etc... e isso não só para os destinos mais badalados.

Outra dica é ver com a AIESEC. Eles não são uma agência de intercâmbio propriamente dita, e sim uma organização que busca formar lideranças; uma das maneiras para isso é promovendo intercâmbios de universitários/recém formados. Existem vários blogs com depoimentos de participantes do programa.

PS: Uma coisa que considero importante, mesmo quando não é exigida formalmente: seguro de viagem. Qualquer pessoa está sujeita a passar por apertos como extravio de bagagem, emergências médicas, etc. Nessa viagem a Medellín passei sufoco com um dente quebrado e não consegui contato telefônico com a assistência. Já fiquei com pé atrás... mas bem, isso é um tema para outro post.

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