quarta-feira, 15 de maio de 2013

Vida na Hungria, comunicação, dicas...

Sziasztok!

E aí, pessoas? Sei que no próximo semestre letivo vai um grupo de brazucas fazer intercâmbio na Universidade de Pécs e, bem... vamos ver se consigo escrever algumas dicas!

- Sobre o alojamento (Boszorkány Kollégium) e o entorno: aqui e aqui.
- Um pouco sobre a cidade: aqui e nos posts que têm o label "Pécs", oras!
- Como escrevi neste post, é possível fazer um passeio virtual usando o Google Streetview.
- Algumas dicas de transporte aqui.
- Neste post, algumas dicas de livrarias no estilo Saraiva: dicionários, livros de idiomas, best sellers, gastronomia, guias turísticos, CDs... existem outras livrarias mais específicas, como esta aqui.

O que mais?

- Emergências médicas: uma colega japonesa pisou em falso quando descia a ladeira e teve que imobilizar a perna, usar muleta e tudo. Parece que ela não conseguiu acionar o seguro médico e teve que pagar consulta. Não consegui descobrir mais. De qualquer forma, para entrar no Espaço Schengen precisamos de seguro médico. Espero que: 1) ninguém precise usar; 2) se precisar, que o atendimento seja bom!

- Supermercados: eu geralmente fazia compras no Spar (tem um no caminho entre a universidade e o alojamento) ou no Interspar, hipermercado da mesma rede com uma loja no Árkád. Perto da universidade tem um Lidl, que diziam ser uma rede mais barateira. Mas só descobri depois de muito tempo... acho que a diferença é mais no mix de produtos e marcas do que nos preços mesmo. Em Pécs também tem supermercado da rede Tesco. Paramos lá uma vez durante uma excursão para comprar água mineral. É bem longe do miolinho da cidade por onde costumávamos circular.

Entre as mercadorias que achei interessantes, destaque para os potes de vidro (acho que o pessoal aproveita o verão para fazer compotas e geleias) e para os ovos cozidos empanados. Comida empanada (rántott) é popular na Hungria; mas, de modo geral, não vi muita gente gordinha...

- O Árkád, que citei acima, é o shopping da cidade. Já comentei um pouco quando falei das compras mulherzinha, hehehe! Os horários estão no site: abre e fecha cedo para os nossos padrões. Volta e meia eu ia lá fazer um lanche, trocar dinheiro ou pegar um ar condicionado - ainda mais porque eles abrem aos domingos. Tem lojas mais simples (no estilo da Renner) e outras mais chiquetosas, principalmente de perfumaria. Também tem uma loja de produtos naturais que demorei a descobrir. Ah, sim: só tem um banheiro, e para entrar pagam-se 50 Ft à senhorinha que toma conta. Aliás, uma coisa que me chamou a atenção: é comum ver senhoras mais velhas atendendo em supermercados, caixas, etc.

-  Não vi muitas lan houses dando moleza por aí. Usei mesmo a internet do alojamento e o wi fi em alguns pontos na universidade. O Monarchia também tem, é só pedir a senha à mocinha do café.

 - Para ligar a cobrar para o Brasil pela Embratel, o código é 068 000 55 11. Liguei uma vez, demorei uns 40 minutos e saiu caro! [Não lembro exatamente quanto]. Fazer o quê, se fiquei os primeiros dias sem acesso à internet?... 

  Não vi muitos orelhões dando moleza por aí... acho que esse ficava perto de um centro comercial na rua da universidade


Fiquei fascinada pelas padarias. Uma rede que vale a pena conhecer é a Aranycipő. Tem loja na rua (no caminho para o centro, perto da praça Szent István), num espaço bem agradável para tomar café da manhã; tem loja no Árkád e em outros endereços (aqui).

Por falar em padarias, aí vai uma foto que tirei no caminho entre o alojamento e o curso:


E a comunicação? Inglês resolve?
Bem, no curso sim. Na rua e no comércio, nem sempre; mas nada que a linguagem universal (mímica, apontar...) não resolva. Também era comum o atendente chamar alguém que falava inglês.

Como fui lá fazer curso de húngaro, eu tentava aproveitar ao máximo as oportunidades que meu microvocabulário me proporcionava, de forma que tentava me comunicar em húngaro mesmo. O bom era que, por um instante, as pessoas acreditavam que eu falava a língua. O ruim era, no instante seguinte, eu ter que pedir arrego e desmontar a farsa, hehehe! 

Por duas vezes, ao dizer que não falava húngaro, a pessoa respondeu em alemão - língua que também é útil para fazer compras, já que tem muita rede de lojas alemãs por lá e muitos produtos com rótulos nesse idioma. Mas sem alemão você sobrevive; já sem inglês, aí complica até para fazer o curso. Meu inglês não é a oitava maravilha do mundo (devo estar no nível B1), mas consegui me virar. [Edit: nível B1? O que é isso? Veja o quadro europeu de referência para línguas]

Às vezes uma palavra em húngaro vale mais do que um discurso inteiro em inglês. Uma vez fui pagar as compras de supermercado com aquele cartão Visa Travel Money. Não pressionei todas as teclas com força suficiente e digitei 5 dígitos em vez de 6. O caixa chamou o gerente e falou alguma coisa... só entendi "hibás" ("errado") e foi o suficiente para compreender a situação. Redigitei a senha e deu tudo certo.

Dinheiro: quando fui fazer o Visa Travel Money no Banco do Brasil, fiquei meio assustada com as taxas: na época cobravam R$50 para cada recarga?! Nem dava para encher o cartão aos poucos. Mas isso depende muito do momento e hoje parece que está valendo mais a pena. É possível sacar nos terminais de alguns bancos, como o Erste Bank. Só não consegui tirar saldo; tem que ser pela internet. 
Importante: se você tem um cartão antigo (2012 pode já ser antigo!) e pretende recarregá-lo, cuidado! Passe no banco e troque o cartão, ou você corre o risco de tê-lo engolido pela máquina. Dica que me deram no BB.

 Terminal do Erste Bank - a máquina de cara pra rua
Segurança: andei em Pécs várias vezes sozinha - inclusive à noite - e me senti segura. Mas, como em todo lugar, é importante ficar atento. Conheço algumas pessoas, tanto brasileiros quanto húngaros, que tiveram  problemas com ladrões oportunistas. Dos participantes do coral que viajou comigo (aqui), duas mulheres se descuidaram por um instante de suas bolsas e foi o suficiente para um sujeito colocar o produto do furto num saco preto e ir embora (elas descobriram vendo depois a filmagem das câmeras de segurança). Isso foi em Debrecen. 

   Aviso no estacionamento perto do zoo. Achei até meio naïf esse quadrinho do ladrão... mas enfim, cuidado a mais nunca é demais!

Como falei, achei a Hungria bem segura. Só que nós, brasileiros, geralmente temos mais paranoia em relação aos roubos e acabamos muitas vezes nos distraindo e virando alvo fácil de furto. Um lugar que tem alguns alertas no Trip Advisor é a Király utca (rua Király), um calçadão onde se concentram cafés, lojas de souvenir, etc. Fui em horários menos muvucados (sábado de manhã antes das 10h) e achei tranquilo.
 
O que me aconteceu foi ter sido abordada por um homem querendo fazer câmbio quando eu andava na praça Szechényi. Os guias de viagem sempre fazem essa advertência nos textos sobre a Hungria: não troque dinheiro na rua, estações de trem, etc! Foi só me fazer de desentendida, seguir em frente e pronto.

Também se veem alguns pedintes nas ruas, principalmente idosos. :-(

Sobre a questão social, é difícil falar sem um conhecimento mais aprofundado. Sem poder ler os jornais locais e criar intimidade com as pessoas o suficiente para vê-las falar de assuntos incômodos. Existem sim alguns rancores nacionalistas, tensões sociais, a questão das minorias étnicas (pessoas que se reconhecem como húngaros e moram em países vizinhos, ou o contrário), antissemitismo, a participação dos ciganos na sociedade, a atuação de grupos de extrema-direita... não sei se um dia isso vai estourar ou vai ficar sempre ali, desconfortável como uma pedra no sapato.

No último dia 22 de março houve em Budapeste um jogo com a Romênia pelas eliminatórias da copa. Foi a portas fechadas (sem torcida no estádio), como punição pelo comportamento dos torcedores que no jogo anterior - contra Israel - tinham entoado gritos antissemitas.

O Chico tem ótimos posts no blog dele. Sugiro ver aqui e aqui. Aqui uma reportagem (em francês) sobre o nacionalismo de extrema-direita por lá.
 
Existe essa nuvem negra pairando no ar, mas é importante dizer que não me senti discriminada em nenhum momento. Acredito que esses comportamentos tristes não representem a maioria, e assim espero!
[Na verdade, um momento em que senti uma fagulha "nacionalismo hostil" no ar foi quando, em 2009, atravessamos a divisa com a Eslováquia. Entramos numa lanchonete e as pessoas nas mesas ficaram nos encarando, diminuíram o tom de voz... fizeram aquela cara de "o que esses húngaros estão fazendo aqui?"; em nenhum momento sentimos que poderia haver uma agressão real, mas foi meio tenso.]

Um pouco de vocabulário:
- áruház: supermercado
- pékség: padaria
- bevásárlóközpont: shopping
- tér: praça 

Vou ficando por aqui. Viszlát!

PS: Que ódio dessa mania do Blogger de mudar o tipo e o tamanho da fonte, parágrafo, etc sem eu selecionar nada!!! Fica tão difícil editar o post...
 
  

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