segunda-feira, 18 de julho de 2016

Passeio: Guatapé e Piedra del Peñol

Guatapé é uma simpática cidadezinha a duas horas de ônibus de Medellín. É um tradicional passeio de bate-volta. Neste post conto como foi minha aventura lá.

Saí bem cedo rumo à Terminal del Norte, uma das duas rodoviárias da cidade. A rota para Guatapé e a Piedra del Peñol é feita pela empresa Sotrasanvicente. A passagem custa 12.000 pesos e é comprada no guichê 14. Estava eu meio perdida entre os guichês das empresas, de bermuda e mochila no estilo turistão, quando passei em frente ao tal guichê e o funcionário me chamou de longe. :-D Peguei um ônibus que saía às 7:00 ou 7:30 (acho que era 7:30 mesmo).

Depois de duas horas numa estrada tortuosa, o ônibus parou perto da pedra. Desci com mais alguns turistas e fomos logo abordados pelos taxistas que, numa viagem curta, levam a gente até a bilheteria.

Bilheteria? Sim, você vai entrar numa área particular. O bilhete custa 15.000 pesos. E o táxi para o percurso custou 10.000 pesos. Se estiver com um pouco de disposição para andar, sinceramente não vejo muita vantagem. O negócio é que a gente desembarca cansada do ônibus e, enquanto ainda está meio atordoada, vêm os taxistas assediando. O esquema é turistão, mas nem por isso deixa de valer a pena.

Vídeo aqui (a partir de 1:25):


No ônibus havia outra mulher viajando sozinha: Luda era ucraniana e morava em Caracas por causa do trabalho do marido. Estavam sendo transferidos de volta para a Ucrânia e antes disso ela aproveitou para dar um rolé pela América do Sul. Havia estado em Galápagos, no Rio, em Aracaju... superdesenrolada e falava espanhol muito bem. Fizemos juntas os passeios desse dia

A Piedra del Peñol tem uma escadaria de mais de 700 degraus e algumas paradas estratégicas para descanso. No topo tem um mirante do qual se pode ver a represa de Guatapé: a energia elétrica produzida a partir dela responde por uns 40% do suprimento da Colômbia. Depois faríamos um passeio de barco pela represa, e ficou claro que a água estava abaixo do nível normal. Daí a ameaça de apagão que rondava a Colômbia nessa época.


A escada parece um zíper unindo as duas partes da pedra. E sim, sobrevivi aos degraus! 

 Mirante no alto da pedra

Vista da represa

Na base da pedra, vários restaurantes e lojas de souvenir. Eram umas 11h ou 11:30 quando terminamos o passeio por ali e nos preparamos para ir à cidade de Guatapé. Nesse momento, vários ônibus de turismo estavam estacionados na área. A dica que dou para o passeio na Piedra é: chegue cedo! Senão é capaz de pegar congestionamento na escadaria. Acho que ter saído de Medellín às 7 e pouco foi uma boa ideia.

O percurso para Guatapé dá em torno de 10km e optamos por fazê-lo em tuktuk, que na Colômbia também é chamado de mototaxi (aquele moto-táxi que conhecemos no Brasil, em que o passageiro viaja na garupa de uma moto, é proibido na Colômbia - segundo me explicou um dos professores). O percurso custou cerca de 10.000 pesos. A Luda disse que estava interessada em fazer um passeio de barco na represa (ela tinha pesquisado tudo sobre essa viagem) e o motorista disse que nos indicaria um barqueiro.

A primeira coisa que fizemos ao chegar a Guatapé foi comprar as passagens de volta. Essa é uma dica importante, pois as passagens acabam rápido e você pode ter dificuldade para voltar a Medellín. Compramos a volta para as 16:30.

Chegamos ao atracadouro dos barcos que fazem o passeio. A Luda queria regatear com o barqueiro indicado pelo rapaz do tuktuk, mas ele estava bem intransigente. Ficou uma situação até um pouco chata. No fim fizemos um passeio de pouco mais de 1h, rodeando a Piedra del Peñol. Foi um percurso "personalizado", pois normalmente a prioridade desses barqueiros é passar perto das ilhas - onde há algumas casas que o pessoal mais endinheirado aluga para fazer festa. Tem uns resorts também.

O passeio saiu por 50.000 para cada uma. Li no TripAdvisor que é possível pagar 11.000 por pessoa para fazer o passeio de barco. Ou seja, é possível gastar bem menos - isso se você seguir o roteiro pré-definido pelo barqueiro e for num barco com mais gente; e, principalmente, se não chegar muito cedo. Depois fizemos uma caminhada na orla e vimos que os barqueiros estavam oferecendo passeios mais em conta. No horário em que os turistas se organizam para ir embora, são os barqueiros que se sentem mais pressionados a negociar. Acredito que o preço de um passeio às 2 ou 3 da tarde seja bem mais em conta que um passeio às 11 da manhã, certo?


Repare na faixa exposta - digo, a parte sem vegetação, que normalmente estaria submersa

E o que fazer entre a chegada da Piedra (onde recomendei que você chegasse cedo) e a saída para o passeio de barco (onde é interessante sair um pouco mais tarde)? Comprar a passagem de volta e dar um passeio na cidade, ora!

Guatapé é conhecida como a cidade dos zócalos. Zócalo no México é uma grande praça, mas aqui a palavra se refere a esses murais nas partes inferiores das paredes. Normalmente eles fazem referência à atividade desenvolvida no local, se for um comércio. Tirei muitas fotos. Dê uma olhada no Flickr!

Na praça da matriz encontramos um simpático casal de argentinos que estava dando a volta pela América do Sul num Renault. Aliás, no momento em que escrevo este post eles estão no Pantanal mato-grossense. Confira o Facebook com o relato dos aventureiros.

Depois de muito caminhar, bater papo e tirar fotos - com direito a pausas para repor as calorias -, chegou a hora de voltar. A Luda teve tempo de procurar uma loja que vendia CDs de vallenato. Pegamos o ônibus, descemos na rodoviária e nos despedimos. Um dia de passeio mais puxado e que valeu muito a pena.

Confira também o relato (em inglês) de um aluno do curso da UPB que fez esse passeio. No post tem um pouco de tudo: impressões sobre o curso, sobre o clube de conversação e sobre Guatapé.

Até a próxima!

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