sexta-feira, 20 de julho de 2012

[Dicas culturais] Museu da Imigração e Brasil Artes

O post de hoje traz duas dicas publicadas na Revista de História deste mês:

Museu da Imigração do Estado de São Paulo: o site, além de informar sobre a programação de exposições do museu, tem um vasto acervo virtual. Um exemplo: quem desembarcou do navio Campana, que aportou em 05/08/1939? É só conferir no PDF.

Aqui a foto da família Humeniuk, vinda da Ucrânia em 1928.

Enfim, o site tem muitas informações curiosas e interessantes. Quem sabe você não encontra alguma informação sobre algum antepassado? Passe lá e confira!

- O Brasil Artes Enciclopédias é um diretório num estilo enciclopédico mesmo, com informações em forma de verbetes: artistas brasileiros e estrangeiros, glossário com alguns termos mais comuns... tem uma cara mais acadêmica e muita coisa ainda em construção - mas muita coisa já disponível também.

Por fim, não falei sobre a própria Revista de História. Leio essa revista há quase 10 anos - quer dizer: não compro todos os exemplares; só quando alguma reportagem de capa me chama a atenção. Mas leio desde os tempos da revista Nossa História. Depois passou para "Revista de História da Biblioteca Nacional", depois disseram que deixou de ser editada pela BN e hoje o que aparece na página de apresentação é que a revista é editada pela SABIN (Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional). Vi várias versões sobre esse imbroglio, fiquei mais perdida ainda e, sinceramente... se a revista oferecer conteúdo de qualidade, eu - leitora - não fico muito preocupada com esse rolo. Alguma coisa sobre a confusão aqui.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Andei lendo: Corações Sujos, de Fernando Morais

Há uns oito ou nove anos - enfim, faz tempo... abafa! - eu estava no trabalho e um amigo falou que tinha acabado de ler um livro sensacional, que eu tinha que ler também; e me emprestou o livro que citei aí no título (ficha técnica no final do post). Com a adaptação para o cinema, ele voltou a ganhar destaque nas livrarias e aproveitei a chance para comprar e reler.

Nos anos 1930 existiam na colônia japonesa diversas associações que congregavam os imigrantes em torno da língua, da cultura e dos valores da pátria à qual muitos sonhavam retornar. Mas, em tempos de guerra, as coisas foram ficando cada vez mais difíceis para os "súditos do Eixo": não podiam falar seus idiomas em público - e muitos não falavam português -, não podiam ter rádio em casa, as associações foram extintas ou caíram na clandestinidade... apesar de muitos dos seus filhos nascidos no Brasil terem combatido pela FEB (um deles, o tenente Massaki Udihara, teve seu diário publicado na forma de livro - que também li há muito tempo), a integração dos japoneses na sociedade brasileira não foi um processo pacífico. A história da Shindo Renmei foi sangrenta e, por muitos anos, um verdadeiro tabu. Mais detalhes na contracapa (clique e amplie):


Vídeo curtinho (2:54) disponível no Youtube: 

Vi em algumas referências a frase: "foi uma guerra de japoneses contra japoneses". Não foi bem assim. Casos vergonhosos de linchamentos, debates racistas no Congresso, prisões arbitrárias... os gaijin também tiveram participação, e muitas vezes desastrosa. Alianças políticas improváveis (como entre Ademar de Barros e os comunistas) e a falta de visão do poder público, que continuava proibindo rádio e correio mesmo após o fim da guerra (o que deixava a colônia mais dependente da Shindo Renmei como fonte de informação) completavam o quadro.

Para piorar, surgiram na colônia vários espertalhões que vendiam terrenos em regiões "conquistadas" pelo Império Japonês. Vi alguns comentários sobre isso num blog desativado (por isso não vou relacioná-lo aqui); o enriquecimento repentino de algumas famílias na colônia também é um assunto difícil nessa história toda. 

É interessante a progressão dos acontecimentos: as primeiras mortes parecem fatos isolados, coisa "entre eles". A coisa vai num crescente de violência, mas sempre com um método: pichações nas casas das futuras vítimas, bilhetes ameaçadores e ações de emboscada. Não interessa matar os familiares: as mortes têm endereço certo. Só que, passados alguns meses e depois de muitas prisões, a coisa muda de figura: incêndios, bombas... as ações vão deixando de ser tão seletivas assim. Os motivos estão bem explicados no livro.

Confesso que, antes do livro do Fernando Morais, nunca tinha ouvido falar na Shindo Renmei. Para quem quiser saber mais, vale a pena conferir a lista de referências no final do livro. A versão que ele apresenta não é unanimidade. Aqui aparece, aos 3:23, Jorge Okubaro - autor de um outro livro chamado O Súdito. Este outro link mostra uma entrevista com a filha de um dos participantes da Shindo Renmei questionando algumas coisas do livro.

Fernando Morais cita muitos nomes e a história é contada em ordem não exatamente cronológica - digo, tem alguns flashbacks. Mesmo assim, não achei confuso. Quando algum personagem é citado muitas páginas depois, o papel dele é relembrado - ajudando o leitor a se situar. 

Já a adaptação para o cinema, de Vicente Amorim, teve a estreia adiada várias vezes. Em agosto nos cinemas brasileiros, será? Foi o trailer desse filme que passou antes da sessão de Xingu e desde então estou curiosa para conferir.

Ficha técnica:
Morais, Fernando : Corações Sujos / Fernando Morais - 3ª ed. - São Paulo: Companhia das Letras, 2011, 349p. ISBN 978-85-359-1937-0 

Edit (19/09/2012): Assisti o filme há umas 2-3 semanas. Como acho que o ideal é escrever sobre filmes no mesmo dia em que os assisto e eu tinha deixado passar muito tempo, acabei desistindo de comentar aqui; mas vejo que o assunto tem despertado muita curiosidade (muita gente chega aqui pelo Google), então vou falar o que achei.

Existem "n" sinopses na internet sobre a produção que mostra a transformação de um pacato fotógrafo num homicida super violento e como isso afeta a relação dele com a esposa, uma  professora primária que é a narradora da trama. Por sinal falaram muito da violência. Sinceramente? Acho algumas cenas do noticiário muito mais agressivas. Quando Takahashi (o personagem principal) vai golpear alguém com a espada, é ele que aparece em primeiro plano. As tomadas terminam amenizando um pouco a coisa; mas tem cenas com sangue, sim.

Se eu gostei do filme? Gostei. Foi melhor do que eu esperava.

É fiel ao livro? Não. O próprio diretor declarou que fez algumas licenças e mudou o foco narrativo, criou uma história de amor e tal.

O livro tem muitos personagens e nem todos rendem uma história. Agora mesmo me lembrei do filme "Carandiru": parecia que os realizadores estavam tão ansiosos para contar todas as histórias do livro que o resultado (minha opinião!) acabou ficando muito confuso e carregado. Algumas não cabiam no roteiro e o jeito era serem narradas pelos próprios presos.

Já o filme "Corações Sujos" não teve esse problema. Muita coisa é explicada pelos silêncios e olhares dos personagens. Os atores realmente são ótimos. Vale a pena para quem quer se emocionar com um bom filme. Não vale muito a pena se você quer entender a história do conflito: algumas coisas ficaram meio confusas. Por exemplo (meio-spoiler): no livro, existe um coronel do Exército japonês que é o mentor intelectual da Shindo Renmei. Minha impressão é que ele agia por convicção, fanatismo, sei lá. No livro, existe um coronel que entrega a missão ao Takahashi, mas ele também se aproveita economicamente da desinformação na colôna, comprando terras dos que querem voltar ao Japão vitorioso. Para não criar um personagem espertalhão comprador de terras (falei deles no início do post), o diretor o incorporou à figura do coronel. Outra coisa: o Takahashi tem dúvidas, conflitos de consciência... mas no instante seguinte ele parece totalmente manipulado pelo coronel. Às vezes essa mudança brusca deixa o personagem meio incoerente. Mas nós humanos não somos 100% coerentes, então até aí... vá lá.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Mensagem do dia

Essas fotos foram tiradas na SQN 216. O horário não estava muito bom para fotos e eu estava com pressa... pena, pois é uma quadra que rende fotos interessantes.




Achei meio psicodélico e confesso que não entendi muito bem a proposta da figura (tá, gente, sou meio ogra!)... mas o artista caprichou e vale o registro!

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Observação de pássaros... pela webcam?

Cada louco com sua mania. Uma das minhas é, nas madrugadas de insônia, espiar ninhos de cegonha.

Como assim?

Agora que é verão no hemisfério norte e diversas aves migratórias estão passeando por lá, é só entrar em sites como este, de onde tirei os prints abaixo (vá em "the live image" - atualização em dezembro/2012 - a transmissão ao vivo está suspensa até março/2013), ou blogs como este e este. Se você, como eu, não lê em húngaro, o jeito é se contentar com as fotos e apreciar esses bichinhos tão simpáticos. Blogs, festivais temáticos, páginas no Facebook... vale tudo para envolver a comunidade na proteção a essas aves:




Não encontrei muitas câmeras de observação no Brasil... confira a World Land Trust e, se conhecer mais algum site, informe aqui no blog!
  
Ainda sobre pássaros e internet, hoje vi essa coisa bizarra (aqui):

 
E, como não resisto a uma bizarrice internética, obviamente fui conferir o Twitter dos bichinhos.

Ainda acho melhor ver ninho de ave do que pagar pay per view de Big Brother...

sábado, 7 de julho de 2012

Os mistérios das estatísticas do blog

Atire o primeiro mouse quem tem um blog e nunca foi xeretar as estatísticas de acesso.

Afinal, quem escreve o faz na expectativa de ser lido - seja um blogueiro profissional ou alguém que escreve por hobby. E é natural que venha aquela curiosidade: como os leitores chegaram aqui? Onde eles estão?, etc.

Comecei olhando as estatísticas do próprio Blogger e, diante de alguns resultados estranhos que apareceram, resolvi me cadastrar no Sitemeter. Achei bem fácil fazer o cadastro e copiar/colar o script na interface do Blogger mas, em caso de dúvida, existem vários tutoriais internet afora.

Tanto no Blogger quanto no Sitemeter fiz a opção de não contar minhas próprias visitas. Não existe consenso sobre isso na internet - e a net tem lá consenso sobre alguma coisa? Mas, como demorei a entender a forma de fazer esse ajuste no Blogger - e como instalei o Sitemeter depois de mais de um mês no ar -, os resultados em ambos os medidores estão bem divergentes. Para complicar ainda mais, é muito comum o Blogger registrar novos acessos e o Sitemeter não mostrar nada de novo. Esse é um dos mistérios das estatísticas.

Outro: hoje todos os meus muitos [cof,cof] acessos vieram da Rússia?! Como assim?

E o que são esses sites de referência?
Não tenho coragem de clicar pois, na única vez em que fui xeretar um desses sites "estranhos", o antivírus apitou imediatamente. 

Vi por aí que o Stumbleupon é uma espécie de rede social com foco em recomendação de sites. Mas, se não sou cadastrada nele... algum usuário viu meu blog e resolveu indicá-lo por aí? Acho difícil. E, coincidência ou não, o aparecimento desses acessos coincidiu com o aumento de acessos vindos da Rússia. Provavelmente existe algum script varredor de internet rodando em algum servidor hospedado por lá; mas deixem-me curtir por alguns instantes os delírios megalomaníacos de fama internacional, achando que algum usuário do outro lado do mundo deciciu recomendar meu blog...

Interessante que esses acessos da Rússia não apareceram nos resultados do Sitemeter. Já os do Googlebot (o robozinho do Google que percorre a internet) aparecem sempre.

Se alguém que entenda dessas coisas quiser fazer um comentário ou usar o e-mail do blog, fique à vontade!

Ainda sobre estatísticas de acesso a blogs: a maior parte das dicas que vi sobre isso é voltada para blogueiros profissionais. Se esse não é seu caso, relaxe! Não vale a pena deixar de escrever sobre outros assuntos que você considera interessantes porque a maioria dos acessos que você recebeu é sobre "peças de carroceria de Passat" e agora você se sente obrigado a escrever só sobre isso! Com o tempo o blog vai tomando corpo e ganhando identidade (assim espero). Não vou escrever coisas como "seja fiel a você mesmo" porque esse post já está ficando com cara de auto-ajuda, mas acho que é por aí.

Obs 1: Já apareceram algumas buscas bem curiosas. Quem tem blog deve ter passado por isso.

Obs 2: Espero que nenhum comprador de peças caia aqui por engano (mas se cair, quem sabe leia alguma coisa e ache que valeu a pena). Foi só um exemplo, OK?

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Aleatórias na UnB - o retorno

A florada dos ipês está terminando. Aguns teimosos ainda exibem suas flores na cidade:
Também registrei alguns grafites:
A primeira foto foi tirada perto da agência do Banco do Brasil e a segunda, em frente aos prédios Multiuso - que, por sinal, estão com uma cara bem maltratadinha e isso fica mais evidente quando olhamos os prédios modernosos que estão sendo construídos na UnB.

Tenho a impressão que, de uns 15-20 anos para cá, a cidade está menos pichada e mais "grafitada". Será?

terça-feira, 3 de julho de 2012

Coisas da Terra - almoçando na UnB

Hoje de novo tive prova na UnB em horário de almoço. O campus está quase vazio por causa da greve, mas o calendário dos cursos de extensão não foi afetado. Pelo menos o que estou cursando!

Aproveitando o pouco movimento, consegui almoçar num dos meus locais preferidos do campus: o restaurante Coisas da Terra, no subsolo do Minhocão (Ala Norte). Eles têm refeições e salgados para onívoros e naturebas sem muito xiísmo. Um quibe de soja aqui, uma esfiha de espinafre com ricota ali... e a maravilhosa torta vegetariana:
Essa torta de massa integral e recheio de berinjela, abobrinha e tomate é uma delícia e, para mim, serve como almoço. Se a fome exigir mais alguma coisa, tente a salada de frutas.

Já que descrevi o recheio da torta (como se vocês não tivessem visto a foto!), um comentário: semana passada pedi torta vegetariana e veio recheada com batata, cenoura e um tico de vagem. Foi a única vez. Todas as outras vezes veio a torta aí da foto.

Não sei se esse restaurante tem alguma relação com o Coisas da Terra do Setor Comercial Sul. Na verdade encontrei poucas informações na internet. Resenhas aquiaqui. Só fiquem espertos com os preços, pois esses depoimentos são de alguns anos! Paguei R$ 6,80 pela dupla torta + suco.

Bom apetite!