quinta-feira, 31 de maio de 2012

Dia mundial sem tabaco

É, gente. 31 de maio foi o dia escolhido para simbolizar a campanha antitabagista. A ideia, acredito, é provocar uma discussão na sociedade, incentivar campanhas, etc. Acho pouco provável um fumante decidir passar o dia de hoje longe do cigarro por causa da comemoração. Pensando bem... por que não?

Nunca fumei nem tive curiosidade, mas convivo com ex-fumantes e vejo como é difícil para eles. Depois de um ano sem cigarro, ter ainda o reflexo de "bateu o nervosismo, agora preciso de um cigarro" diante de uma situação difícil. Ou ainda, sentir a tentação de fumar ao passar perto da fumaça que outros estão baforando por perto. Muito se fala da dependência física, mas a psicológica também é bem pesada - mesmo numa sociedade em que o fumo não é mais bem vindo. Se antes ele era um ritual de passagem para o mundo adulto e uma forma de inclusão no grupo, hoje é preciso se excluir nos cada vez mais raros fumódromos, enquanto os não fumantes lhe dirigem olhares with lasers. Não que sempre seja assim. Na banca de jornal perto do meu trabalho, vejo o pessoal comprando cigarros e acendendo-os lá mesmo dentro da banca. Quantos o dono deve ter fumado por osmose? Nem faço ideia.

E os filmes ambientados nos anos 50, ou nos já distantes anos 80 (ainda não me acostumei a escrever "anos 1980")? Fumantes e mais fumantes, muitas vezes em ambiente fechado.

Sou testemunha de uma época em que a publicidade de cigarro ainda era permitida. Vejam:


Bombardeada por apelos publicitários de "Hollywood, o sucesso", "venha para o mundo de Marlboro", "o importante é ter Charm", etc, a sociedade na época começou a receber também outros tipos de apelo: as campanhas antitabagistas. Esta foi bem marcante, com os cartazes do Ziraldo:


Mais aqui.

O legal dessa campanha é que ela falava diretamente com as crianças e os adolescentes, antes mesmo que viesse a tentação de experimentar o primeiro cigarro. Quando algum professor inventava de fumar em sala de aula (sim, isso acontecia), sempre algum aluno soltava o "fumar é brega"; "professor, fumar é patético", e por aí vai.

Acho importantes as campanhas que se fazem hoje em dia, as restrições ao comércio, etc. O problema é que tudo isso é voltado para quem já é fumante. O que é mais difícil? Ajudar alguém a parar (importante também) ou fazer uma campanha preventiva para que a meninada nem se sinta tentada a começar?

Por isso a campanha "fumar é brega" continua tão atual... depois de mais de vinte anos!

PS: Unha stiletto continua brega... mas unha azul agora é trendy, tsá?

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Markinhos Moura cantando em japonês?!

Descobri essa raridade e preciso compartilhá-la aqui no blog:

Para quem não se lembra do Markinhos Moura - que na época era Marquinhos Moura -, ou nem era nascido naquela época, aí vai:

Que é uma versão dessa aqui.
O que seria de mim sem o Youtube e suas curiosidades musicais? E eu devia estar estudando em vez de queimar ainda mais o meu filme com tanta exposição de cultura brega! Aff...

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Sofrendo com o Blogger

O título diz tudo. Gente, esse Blogger tem vida própria? 

Quando publiquei o post sobre a SQN 302, as letras apareceram menores. Fui ao modo rascunho e estava lá: fonte tamanho normal. Como sempre.

Procuro formatar o texto direitinho, com uma linha entre cada parágrafo. Quando vejo, tem duas. Aí reverto o post novamente para rascunho, corrijo e as linhas somem completamente; mas, no modo rascunho, estão lá.

Vou às configurações das estatisticas e escolho "não rastrear minhas visualizações de página". Quando o número de visualizações aumenta muito após uma edição, volto lá e está habilitado para... rastrear minhas visualizações! Como assim? Quem mandou mudar?...

Enfim, estou vendo que vou sofrer. Cheguei a pesquisar sobre o Wordpress, mas no final das contas achei mais fácil criar o blog por aqui mesmo. Tomara que essa maré negra passe logo!

PS: de vez em quando vou usar o recurso dos posts programados. Os horários são aleatórios: se algum for publicado às 4 da manhã, não quer dizer que eu esteja com insônia! É apenas uma forma de regularizar o ritmo de postagens e não desanimar os meus dois visitantes. :-)

domingo, 27 de maio de 2012

Fotografando a cidade: SQN 302

Quando fui almoçar no Greens, aproveitei para tirar umas fotos da quadra residencial.

Todos os blocos da SQN 302 abrigam apartamentos funcionais da Câmara dos Deputados - que também tem imóveis nas quadras 202 Norte, 111 Sul e 311 Sul. No total são 432 apartamentos nessas quadras. Parte dos deputados mora nos apês funcionais, mas boa parte prefere mesmo os 3.000 reais mensais de auxílio-moradia. E, a pretexto de reduzir essa despesa, a Câmara licitou uma reforma nos prédios da 302. A novela começou em 2007; em 2011, foram entregues as primeiras unidades. O custo total ficou estimado em 64 milhões de reais, ou 415 mil por unidade. Mais aqui e aqui. E, pelas histórias de garagem inundada e portão com defeito, parece que a reforma não foi um sucesso total.

Prefiro nem escrever muito mais sobre isso, e menos ainda sobre o naipe de tantos dos inquilinos desses blocos. O noticiário está aí para quem quiser ver. É verdade que a Câmara, dona dos imóveis, acabaria em algum momento tendo que tomar uma posição sobre eles: vender (houve uma época em que os jornais falavam nisso) ou reformar. E, já que reformou, teria mesmo que adaptar apartamentos para cadeirantes, por exemplo. Mas gente... vejam esse vídeo sobre a vida dos políticos na Suécia:

Tá. E depois de deixar todo mundo com raiva, a pergunta: por que resolvi fazer esse post?
Tentando abstrair um pouco os inquilinos... bem, as quadras funcionais têm a cara de uma Brasília mais próxima da concepção original. Mesmo a reforma preservou boa parte disso. Nada de vidros espelhados, jardins bloqueando os pilotis, etc. Então, para satisfazer a uma possível curiosidade dos novos brasilienses, nada como mostrar uma quadra à moda antiga. A 302 é um bom laboratório porque ainda tem os dois tipos de fachada: as antigas e as já reformadas.

Antes de continuar, um parêntese para os não acostumados ao "brasiliês": o que é uma superquadra?
"Estruturalmente, uma Superquadra é um conjunto de edifícios residenciais sobre pilotis (que tem, em Brasília, pela primeira vez, presença urbana contínua) ligados entre si pelo fato de terem um acesso comum e de ocuparem uma área delimitada - no caso, um quadrado de 280 x 280 metros, a ser cercado dos quatro lados com renques de árvores de copa densa, e com uma população de 2.500 a 3.000 pessoas. O chão é público - os moradores pertencem à quadra, mas a quadra não lhes pertence - e essa é a grande diferença entre Superquadra e condomínio. Não há cercas, nem guardas, e no entanto a liberdade de ir e vir não constrange nem inibe o morador de usufruir de seu território, e a visibilidade contínua assegurada pelo pilotis contribui para a segurança." (Maria Elisa Costa, citada em [1]).
Obs: quem mora aqui sabe que muito dessa teoria hoje é só teoria mesmo! Para o bem e para o mal, atualmente as coisas são bem diferentes. Mas isso seria assunto para outra discussão.

Então vamos às fotos. Elas ampliam se clicadas. A primeira mostra o bloco I:
Abaixo: em primeiro plano, a saída da garagem do bloco I:
Pilotis do bloco I, com vista para a escola classe. Reparem nos azulejos da portaria (são do Athos Bulcão? Não consegui descobrir) e no piso "normalzão":
A SQN 302 tem duas escolas: uma escola classe (o prédio de muro amarelo, à esquerda na foto abaixo) e um jardim de infância (à direita na foto, muro azul). Ao fundo o bloco D, que ainda está em reforma:
 A ideia das escolas dentro das quadras era atender às crianças da vizinhança e o próprio traçado das vias internas foi feito pensando em minimizar as travessias de ruas. Hoje, com o processo de gentrificação e o envelhecimento da população do Plano Piloto, a maior parte das crianças vêm das RAs (regiões administrativas, ou cidades-satélites). Ou seja: atravessam ruas e pegam ônibus.

Mais uma foto mostrando o entorno da escola. O aspecto maltratadinho contrasta com os prédios recém-reformados da quadra:
A próxima foto mostra a fachada principal do bloco G, com as janelas basculantes, e o jardim de infância:
Aqui a fachada posterior do bloco C, em reforma. Destaque para os cobogós (elementos vazados típicos das construções mais antigas de Brasília):
Aqui a fachada posterior de um bloco já reformado e sem os cobogós:
Bem, pessoal, é isso. Espero que vocês tenham gostado do passeio virtual. Tentei criar uma conta no Panoramio para colocar as fotos acessíveis pelo Google Earth, mas o Google (que também é dono do Panoramio) exigiu que eu informasse um número de telefone celular! Acho que eles já têm informações demais a meu respeito e não concordei. Então, nada de conta no Panoramio. Quem quiser alguma foto sem marca d'água, é só pedir pelo e-mail do blog, OK?

[1] - FERREIRA, Marcílio Mendes & GOROVITZ, Matheus. A invenção da superquadra. Brasília: IPHAN, 2008. Tem uma ótima resenha aqui

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Greens e o cartaz para ninguém ter dúvida

Greens, na 302 Norte.


Achei esse cartaz tão incrível que tive que tirar uma foto. O problema é cumprir a instrução que está aí. Não tenho tanta paciência assim.

O Greens é um restaurante natural em Brasília. Ou melhor: são dois restaurantes, um na CLS 202 e o outro na CLN 302. Arroz integral, carne branca, massas, saladas...

Eu já tinha ido algumas vezes ao da Asa Norte e ficado meio frustrada com as opções de proteína vegetal. Quase sempre, feijão e proteína de soja - a famosa PTS (proteína texturizada de soja, também conhecida como PVT: proteína vegetal texturizada, ou "carne de soja"). Há quem diga que a PTS é uma delícia se bem preparada... mas confesso que não sou muito fã. Felizmente ela está deixando o pedestal da comida vegetariana e dando espaço para outras opções.

Hoje no buffet eles tinham tempeh, tofu (preparado com uns temperinhos diferentes) e outras coisas. Maravilha!

PS: Talvez vocês estejam se perguntando: como é que alguém diz não ser fã de PTS e cria um blog chamado "goulash de soja"? Bem, isso vai ficar para um outro post...

terça-feira, 22 de maio de 2012

Dica de site: "Quem perturba?"

O identificador de chamadas aponta uma ligação estranha. Que tal verificar o número na internet?

O Quem perturba pode ajudar. Nada garante que você vai encontrar o dono do número; mas, se houver outras notas registradas no site, elas aparecem e podem dar boas pistas.

Infelizmente já precisei várias vezes desse recurso. Ainda mais quando as centrais de telemarketing estão cada vez mais usando números "comuns" (sem cara de PABX) e até celulares. Sem falar dos 171 que pipocam por aí.

Alguns resultados são assustadores:



Pergunta ingênua: como essa pseudo-seguradora teve acesso à base de dados dos aposentados?
Ingenuidade minha ou não, é um absurdo.

Jamendo - base de músicas gratuitas para download

Jamendo - Você já ouviu falar? Os artistas não são muito conhecidos (ou eu é que estou por fora da cena indie, bem provável também). Mas quem se importa? Não tem aquele stress de clicar em links quebrados, páginas retiradas por ordem judicial, etc. Pode garimpar à vontade! 

Aproveite e ouça: Un monde ailleurs (Sehene). 

E, como o pessoal do site não é besta nem nada, claro que eles têm uma versão PRO. Sem stress: a versão standard já é bem interessante.

domingo, 20 de maio de 2012

Andei vendo: Xingu

Ontem fui ao cinema assistir ao filme Xingu. Direção de Cao Hamburger, mostra a saga dos irmãos Villas-Boas (Cláudio, Orlando e Leonardo) desde quando se alistam na campanha da Marcha para o Oeste, passando pelos encontros com indígenas de vários grupos, reflexões sobre o contato e a implantação do Parque Nacional do Xingu.

Ficha e trailer aqui

Só depois de ver o filme é que li a crítica. Duas coisas me chamaram a atenção:

- o alto orçamento (R$14 milhões) x baixo público (340 mil pessoas): um filme gravado em externas e fora dos grandes centros não poderia ser barato. Quanto ao público,
acredito que tenha faltado divulgação. Ou não... pois existem planos para transformar o filme numa minissérie da Globo. Mais aqui

- Unanimidade não existe, é verdade. Ainda mais em críticas de filmes. Para esse filme, qualquer variação entre o "amei" e o "odiei" apareceu nos sites de crítica especializada. Na minha humilde visão de leiga que, para piorar, não conhecia nada sobre a história dos irmãos Villas-Boas, o filme valeu a pena. É verdade que alguns assuntos foram mostrados meio na correria. Por exemplo: em pouco tempo eles aparecem liderando grupos de expedicionários. Por mais que os irmãos fossem letrados, bons negociadores, tivessem capacidade de adaptação, etc., ficou uma pergunta: como eles ganharam esse reconhecimento em tão pouco tempo, num ambiente cheio de capatazes e militares com mentalidade de "tocador de peão" (tanto que os rapazes tiveram que se fingir de analfabetos)?

Por outro lado, como mostrar 40 anos de atividade em 130 minutos de projeção? Grande chance de alguma coisa se perder.

Resumindo: não é um superdrama psicológico cheio de figuras metafóricas profundas. É um filme competente que conta uma história. No final aparecem cenas de
documentários e podemos ver o quanto a caracterização dos atores foi bem feita. Didático, linear, pensado para ser uma minissérie...  talvez isso ajude a explicar as
críticas negativas. De qualquer forma, achei que valeu a pena ter ido assistir.

Inaugurando o blog

Diz aquela velha piada que o primeiro envio de dados pela internet foi um teste; depois, um vírus; e depois, uma foto de mulher pelada. Ou terá sido primeiro a foto e depois o vírus? Sei lá.

Não pretendo postar fotos calientes de ninguém (mas está cheio disso na net, para quem quiser ver) e nem vírus; já o teste é inevitável.

A ideia é usar este espaço para falar um pouco de tudo: coisas úteis (ao menos para mim) e um tanto de abobrinha, é claro.

Engraçado que, quando pensei em criar o blog, vieram tantas ideias... e agora deu um branco total. Será que é assim mesmo?